Lógica
Paraconsistente
Fonte; http://www.cwb.matrix.com.br/dbkroeff/teoria_paraconsistente.htm
Introdução
de Jocax:
Logica
Paraconsistente" e que eh uma "Logica anotada", criado
pelo matematico brasileiro Newton da
Costa, na qual é permitida inconsistencias. Nesta logica podem existir
2 premissas contraditorias. Assim poderiam
existir sentencas do tipo "Hoje vai chover" (0.2) e "Hoje
nao vai chover" (0.8) sem tornar o sistema inconsistente. Os
numeros 'anotados', ao lado de cada sentenca, indicariam um grau de
crenca , de confianca ou probabilidade
da mesma se verificar.
A logica tradicional seria um caso particular da logica paraconsistente
quando os indices anotados de todas as sentencas forem = 1.0 ( 100% de
certeza).
Na logica paraconsistente nao seria permitida inconsistencias com grau
1.0 de certeza. Ou seja , "Hoje nao vai chover"(1.0) e
"Hoje vai chover"(1.0) eh uma contradicao mesmo na logica
paraconsistente pois ambas sentencas tem indice de validade 100% e sao
contraditorias.
O
QUE É A LÓGICA PARACONSISTENTE?
Trata-se de uma lógica criada para desafiar o princípio da contradição.
As lógicas clássicas, Intuicionista, e outras lógicas não tratam
deste princípio. Uma teoria dedutiva T, cuja linguagem contenha um símbolo
de negação (~), é dita inconsistente se o conjunto se seus teoremas
contém ao menos dois deles, um dos quais é a negação do outro. Neste
caso sendo A e ~A tais teoremas, normalmente deriva-se em T uma contradição,
isto é, uma expressão da forma A ^ ~A; caso isso aconteça, T é
consistente. A teoria T é trivial se o conjunto de suas fórmulas
coincide com o de seus teoremas, ou seja, dito informalmente se todos os
enunciados sintaticamente corretos do ponto de vista da linguagem de T
puderem ser provados em T.
Uma lógica paraconsistente pode ser utilizada como lógica subjacente
à teorias inconsistentes mas não triviais. Isso implica que o princípio
da não contradição deve ser de alguma forma restringido, a fim de que
possam parecer contradições, mas deve-se evitar que de duas premissas
contraditórias se possa deduzir uma fórmula qualquer.
As lógicas paraconsistentes de certa forma estendem-se a lógica
tradicional, permitindo certas investigações que não seriam possíveis
à luz da lógica clássica, elas não visam eliminar a lógica
tradicional, que permanece válida em seu particular domínio de
aplicabilidade.
A
mais falada razão da lógica Paraconsistente é o fato de haver
teorias, as quais, são inconsistentes mas não-triviais. Claramente,
uma vez que admitimos a existência de tais teorias, suas lógicas
paralelas precisam ser Paraconsistentes. Contradições Verdadeiras
(Dialetheias). Quando algumas pessoas argumentam algo, há contradições
verdadeiras., ou seja, há sentenças A , tais que A e ~A são
verdadeiras. Somente conclusões verdadeiras são obtidas de premissas
verdadeiras. Logo, a lógica tem que ser Paraconsistente. Um exemplo
plausível é o paradoxo de Liar. Considere a sentença: Esta sentença
não é verdadeira. Existem duas opções: A sentença é verdadeira ou
não é verdadeira. Suponha que ela é verdadeira. Então lendo, obtemos
o resultado que a sentença não é verdadeira. Suponha por outro lado,
que ela não é verdadeira. Então lendo e aplicando a negação,
obtemos o resultado que a sentença é verdadeira. Raciocínio
Automatizado. A lógica Paraconsistente não é motivada somente por
considerações filosóficas, mas também por suas aplicações e
implicações.
Uma das aplicações é a Automatização do Raciocínio (processamento
de informações). Considere um computador que armazena uma grande
quantidade de informações. Enquanto o computador armazena a informação,
ele também é utilizado para operar e para inferir sobre ela. É muito
comum os computadores conterem informações inconsistentes, por causa
de erros humanos durante a digitação de dados, ou pela obtenção de
dados de múltiplas fontes. Técnicas para remover informações
inconsistentes tem sido investigadas, mas suas aplicações ainda são
limitadas e em vários casos não garantem a produção de consistência.
HISTÓRICO
DA LÓGICA PARACONSISTENTE
Segundo LUKASIEIVICZ (1910 - 1971), Aristóteles já tinha idéia da
possibilidade de derrogação da lei da contradição.
Lukasiewicz, por seu lado, argumenta que essa lei pode ser derrogada
porque não é diretamente evidente, não é uma lei determinada pela
organização psicológica do homem e, também, não pode ser
demonstrada com base na definição de negação. A seguir, N. VASILIEV,
entre 1910 e 1913, publicou uma série de artigos, nos quais mostra a
lei da contradição na forma "um objeto não pode ter um predicado
que o contradiga" pode ser derrogado, esboçando uma lógica não-aristotélica
e, em particular, uma teoria de silogismo onde podem aparecer premissas
da forma "A é B e não B". Apesar de Vasiliev não ter
explicado todas as leis da lógica, o seu trabalho é particularmente
interessante pelo fato de já delinear uma lógica paraconsistente. Em
1948 e 1949, JASKOWSKI propôs um sistema lógico baseado no sistema
modal S5 , Lewis ao qual denominou Lógica Discussiva. Porém, Jaskowski
não axiomatizou seu sistema; isto só foi feito posteriormente por DA
COSTA & DUBIKAJTIS (1968 - 1977) e por KOTAS & DA COSTA (1979).
Apesar de Jaskowski já ter proposto, de forma mais ou menos explícita,
um cálculo proposicional paraconsistente, consideramo-lo ainda como um
precursor da lógica paraconsistente. Isto pelo fato de não Ter ido ele
além de um cálculo proposicional e por, aparentemente, não Ter
percebido o significado da lógica paraconsistente em toda sua
amplitude.
O
aparecimento da lógica paraconsistente somente ocorreu em 1963, com um
trabalho do lógico brasileiro Newton Carneiro Affonso da Costa. Da
Costa já havia exposto suas idéias sobre o conceito da contradição
anteriormente, mas só em 1963 é que ele formulou, não um sistema, mas
uma hierarquia enumerável de lógicas paraconsistentes de primeira
ordem, dos respectivos cálculos de descrições e um esboço de teorias
paraconsistentes de conjuntos construídos sobre sua lógica. O termo lógica
paraconsistente só foi cunhado em 1976 por F. Miró Quesada, numa
conferência pronunciada durante o III Simpósio Latino-Americano de Lógica
Matemática, realizado na Universidade Estadual de Campinas. Até essa
época usou-se o termo "lógica para sistemas formais
inconsistentes", introduzido por da Costa em 1963. A partir de
1963, as pesquisas em lógica paraconsistentes desenvolveram-se muito
rapidamente, em parte como conseqüência dos trabalhos de da Costa e
sua escola e, em parte, independentemente. Hoje, a lógica
paraconsistente é um ramo bastante estudado no Brasil, na Austrália,
na Polônia e nos Estados Unidos.
O
lógico brasileiro Newton, iniciou estudos no sentido de desenvolver
sistemas lógicos que pudessem envolver contradições, motivado por
questões de natureza tanto filosófica quanto matemáticas. Ele é
conhecido internacionalmente como o real criador das lógicas
paraconsistentes. A lógica paraconsistente ou "não clássica"
diverge da lógica clássica no sentido de que possam alicerçar
sistemas teóricos que admitam contradições, expressões do tipo
"A e não A" sem que no entanto se tornem triviais, ou seja,
sem que todas as expressões bem formadas de sua linguagem possam ser
provadas como teoremas do sistema.