Democracia Pirâmide: Uma outra Democracia
João Carlos Holland de Barcellos, Setembro/2008

Introdução

Estavamos eu e alguns colegas de trabalho comparando o sistema de escolha presidencial dos EUA e do Brasil e eu defendia que o sistema de escolha americano, com votação indireta, era melhor que o brasileiro. Nos EUA, o presidente não é escolhido pelo voto direto, mas pelo voto indireto.

No sistema direto cada cidadão apto a votar tem direito a um voto. O voto de cada cidadão vale uma unidade, independentemente se o voto veio de um “maníaco do parque”, ou de um “Einstein”; de um “retardado mental” ou de um “Professor universitário”. Todos devem perceber que deve haver alguma coisa errada quando o voto de um “Einstein” é equivalente ao voto de um “maníaco” qualquer: Algo está muito estranho nesse sistema. Mas será que teríamos uma alternativa melhor?

Partidos

Outro ponto perverso dos sistemas políticos atuais são os partidos. Os partidos diferenciam-se um dos outros por seus planos de governo e, principalmente, por suas ideologias.

Entretanto, grande parte da população não se sente confortável em se “enquadrar” neste ou naquele partido. Muitos também não apreciam a ideologia dos partidos existentes, dos quais deve sair algum governante. As pessoas ficam, dessa forma, limitadas, às poucas opões que lhes sobram. Fundar um partido? Poucos têm esse tempo e disposição.

O Ideal seria um sistema que permitisse haver tantos partidos quantos são as pessoas existentes na sociedade. Os partidos “oficiais” deixariam então de serem necessários e, portanto, também de existir.

A Democracia Pirâmide

A democracia pirâmide (ou piramidal) é um sistema de democracia em que todos têm as mesmas oportunidades, todos têm os mesmos direitos, e todos podem ser eleitos, e tudo isso sem necessidade de partidos políticos! Além disso, também resolve o problema de uma pessoa culta inteligente e instruída ter uma representatividade diferente de outra que não tenha nenhuma qualificação ou ainda pode ser meio retardada mental.

A idéia é a seguinte: Todas as pessoas aptas a votar também são candidatas em potencial e tem os mesmos direitos e representatividade.  Inicialmente cada casa, apartamento, ou núcleo residencial deve escolher seu eleito. Seria o primeiro nível de eleição.  Deste primeiro nível, os escolhidos se reuniriam com todos do seu quarteirão e cada quarteirão escolheria seu representante. Seria o segundo nível de eleição. Deste segundo nível, os representantes de cada quarteirão se reuniriam e escolheriam o representante do bairro. Seria o terceiro nível de eleição. Destes eleitos de cada bairro teriam que escolher, entre si, o representante do município. Seria o quarto nível da eleição. Destes representantes do município escolheriam entre si o representante da cidade, seria o quinto nível da eleição (já teríamos também os prefeitos). Das cidades teríamos os representantes do estado (sexto nível) e também teríamos os governadores.
Finalmente, destes representantes dos estados, no sétimo nível, seria escolhido o presidente.

Desta forma as eleições seriam indiretas, não haveria necessidade de partidos políticos, todos poderiam ser eleitos e haveria tantas ideologias passíveis de serem escolhidas, e com iguais chances, quantos forem os cidadãos do país.

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