A fórmula da felicidade de Bentham
Ruben Eiras Setembro 29th, 2006 in Metodologias.


A demanda científica pela medição do valor do intangível não é
propriamente um facto muito recente. Com efeito, uma das primeiras
tentativas foi perpetrada por Jeremy Bentham, filósofo e reformador
social inglês fundador do utilitarismo, apelidada de cálculo felicific.

O cálculo felicific é um algoritmo formulado por Jeremy Bentham para
calcular o grau ou uma quantidade de felicidade que uma acção específica
fosse provável de causar. Ou seja, o objectivo era estabelecer um
princípio quantitativo para servir de base à melhor decisão moral.

O cálculo foi proposto por Bentham como a parte de seu projecto de
tornar a moral dissecável no tratamento científico. Fundador do
utilitarismo, considerava que a moral de uma ação era uma função da
bondade das suas consequências, e que a bondade de um estado de coisas
era próprio do conetúdo de uma função da felicidade. Por isso, o cálculo
felicific poderia, em princípio, estabelecer o status moral de todo o
acto considerado.

As variáveis, ou os vectores dos prazeres e das dores incluídas neste
cálculo - que Bentham chamou “elementos” ou “dimensões” - são:

intensidade
duração
certeza ou incerteza
proximidade física ou distância
fecundidade: a probabilidade do acto ser seguido por sensações de mesmo
tipo
pureza: a probabilidade do acto ser seguido por sensações de tipo oposto
A estes seis, que sistematizam os prazeres e dores da vida de uma
pessoa, Bentham adicionou um sétimo elemento, a fim esclarecer variações
possíveis entre o número dos pessoas envolvidas na decisão:

7. extensão: o número das pessoas abrangidas pelo acto
O cálculo felicific de Bentham contém a seguinte sequência de instruções:

Começar com uma pessoa cujos os interesses parecem ser o mais
imediatamente afectados pelo acto e tomar em conta:
O valor de cada prazer distinto que possa ser produzido pelo acto no
primeiro contexto
O valor de cada dor que possa ser produzida pelo no primeiro contexto.
O valor de cada prazer que possa produzido pelo acto após o primeiro
contexto. Isto constitui a fecundidade do primeiro o prazer e a impureza
da primeira dor.
O valor de cada dor que parece ser produzida pelo acto após o primeiro
contexto. Isto constitui o fecundidade da primeira dor, e a impureza do
primeiro prazer.
Somar acima todos os valores de todos os prazeres no um lado, e os de
todas as dores no outro. O balanço, se estiver no lado do prazer, dará
uma tendência boa do acto no todo, com respeito aos interesses do
indivído; se cair no lado da dor, a tendência é má para o todo.
Ter em conta o número de pessoas cujos interesses possam ser afectados;
e repetir o processo acima com respeito a cada um. Somar os números que
expressam os graus de boa tendência que o acto tem, com respeito a cada
um indivíduo, para o todo; fazer isto outra vez com respeito a cada um
indivíduo, com respeito a quem a tendência é má para o todo: fazer isto
outra vez com respeito a cada indíviduo para quem a tendência é má para
o todo; Fazer exame do balanço - se cair no lado do prazer, a tendência
geral do ato é boa, para o número total ou comunidade dos indivíduos
contabilizados; se pender para o lado da dor, a tendência é má no geral,
para a mesma comunidade.
Embora seja muito difícil ter uma abordagem tão racional peranet algo
tão intagível e relativo como a felicidade, o exercício intelectual de
Bentham não deixa de ser meritório e tão semelhante nos seus dilemas
quando hoje se tenta medir o valor do conhecimento e do capital intelectual.

Sabemos que tem valor, mas não o sabemos com a exactidão necessária.

http://capitalintelectual.tv/metodologias/a-formula-da-felicidade-de-bentham/200\
6/09
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