A Medida da Felicidade
Por:
Thiago Garcia Tamosauskas, julho 2003

 Bases de um Hedonismo racional

A meta máxima do Genismo é a felicidade, e se ela não for atingida, suas bases estarão refutadas e deverão ser esquecidas sem qualquer constrangimento. O trunfo do Genismo é tentar atingir esta Felicidade por meios racionais e científicos, e para tal partimos de de uma formula básica que se sustenta por dois simples pressupostos.

Definamos primeiro o que se entende por Felicidade, utilizando para isso a formula Jocaxiana:

Felicidade = Integral( Sentimento(t) ) dt

Ou seja, Felicidade é a somatória dos Sentimentos (prazeres/sofrimentos)  experimentados por um dado indivíduo em um determinado intervalo de tempo. A unidade de sentimento pode inclusive ser negativa, no caso de um desprazer,  um sofrimento ou uma dor ou positiva, no caso de um prazer, um deleite e um conterntamento. O delta tempo pode ser tão curto quando um minuto ou tão longo com um completo ciclo de vida.

Para a felicidade atingir sua plenitude plena ( evito aqui usar o tempo Felicidade Máxima, pois os termos da formula sugerem uma ao menos teoricamente a possibilidade de uma eterna expansão) o individuo precisaria maximizar o seu tempo de experimentação e melhorar a intensidade de seu prazer. Ou seja a felicidade é atingida quando se potencializa os prazeres do organismo quanti e qualitativamente.

A perceptiva acima é original em se tratando de se um passo favorável na quantificação exata do quociente de felicidade. Mas encontra bases fortes na história do pensamento. Jonh Locke (1632 – 1704) afirmou  que a felicidade é o maior prazer de que somos capazes, e a infelicidade a maior pena.”. Já  Gottfried Wilhelm Leibniz apontou a felicidade como “um prazer durável, o que não pode acontecer sem um progresso contínuo em direção a novos prazeres.

A formula Jocaxiana inclui e transcende de forma sintética estes pensamentos. Afinal qual não é o maior prazer senão a soma de todos os prazeres? E qual o prazer mais durável do que a felicidade? A formula corrobora também o pensamento de Leibniz, pois não aponta para um fim concreto, mas esclarece um processo continuo.

Neste mesmo sentido a formula  enxerga a felicidade da mesma maneira que Immanuel Kant, ou seja “uma meta inatingível, que depende da realização de todas as necessidades, inclinações e desejos do homem.”  Mas de forma distinta a Kant não enxerga ai um motivo de angustia, mas sim uma possibilidade de constante incremento no nivele de felicidade.

A formula Jocaxiana se sustenta em dois pressupostos, que antes de serem afirmações arbitrárias são na verdade fatos frutos da observação e do raciocino lógico. Observemos cada uma destas diretrizes com maior atenção.

1 – Todo ser vivo busca a própria felicidade.

2 – A felicidade é subfruto do sucesso genético.

O primeiro pressuposto Genista, consideramos que a busca pela felicidade ou pelo menos do alivio do sofrimento é a insígnia de toda a variedade da vida.  Buscar o prazer e evitar o desprazer não é um acompanhamento acidental, mas um de seus constituintes essenciais de todo organismo sensível. E isso se explica de forma bastante simples.

Sendo um organismo sensível as sensações experimentadas podem ser agradáveis, desagradáveis ou indiferentes.  As sensações desagradáveis em sua esmagadora maioria (especialmente no habitat e em condições naturais) são  sinais de alerta contra possíveis perigos aos “interesses” genéticos, como por exemplo o sofrimento da fome, a angustia da solidão, a tristeza sentida pela morte de um parente, etc... Já as sensações agradáveis (prazer) são essencialmente recompensas quanto a ações favoráveis aos “interesses” genéticos d perpetuação, e isto inclui o prazer de uma amante, da segurança, da aceitação social, de comer, dormir, de ter filhos e de velos crescer. Partindo destes pontos de vista torna-se claro que buscar a felicidade é simplesmente prezar pela vida.  E quem assim não procedeu foi eliminado pelo algoritmo evolucionário.

Isso, é claro, só acontece porque os genes que não recompensavam ou puniam seus hospedeiros simplesmente não tiveram o mesmo sucesso no processo de evolução. O conjunto de nossa atividade enquanto veículos propagadores de genes  é motivado pela busca do prazer e pela fuga do desprazer, ou seja uma busca constante pela Felicidade. Todas as outras metas que se possa almejar  - amor, dinheiro, saúde, beleza, status somente fazem sentido como meio para atingir a felicidade e com isso colaborar para a vontade de nossos genes. E neste ponto que se baseia o segundo pressuposto.

O Genismo sustenta que a felicidade pode ser explicada, medida, planejada e atingida por meio de um esforço racional e sem apelos para ficções imaginarias que em longo prazo podem sair do controle e revelarem-se maléficas seja para o organismo, seja para os genes como bem mostra a evidência histórica. A fórmula Jocaxiana mostra que a Felicidade não é uma meta final atingida definitivamente por meio de sua aplicação, mas é sim incrementada continuamente sempre que experimentamos sensações prazerosas.

É importante agora termos uma clara definição do que é considerado Prazer em nossa fórmula, para darmos prosseguimento ao nosso estudo. A definição completa de prazer não se limita ao prazer sensual e imediato, os genes recompensam as “boas ações” não somente de forma automática, mas também de outras formas muito refinadas. Sendo assim nossa definição de Prazer na Formula Jocaxiana é a de toda a experiência agradável que um ser sensível pode  experimentar e isso não se limita a perfumes e orgasmos. Este conceito será explanado e explorado no meu próximo artigo para que as duvidas mais simples sejam substituídas por questionamentos mais atrozes.

 

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